Será que o meu filho tem TDAH é apenas inquieto?

Todas as famílias têm dificuldade em aceitar que o seu filho ou filha tenha algum tipo de dificuldade. Temos medo de que sejam rotulados e de que não sejam felizes. No entanto, para que desenvolvam todo o seu potencial, é preciso demonstrar curiosidade em os conhecer e, no caso de detetar algum tipo de dificuldade, colocarem-se meios em prática para tentar encontrar soluções, sem nunca perder de vista as suas habilidades e pontos fortes. Todos nós os temos.

Da mesma forma que vamos a um especialista para avaliar a visão da nossa filha que não vê bem e aceitamos sem resistência a solução que proposta, usar óculos, é necessário que vamos também a um especialista para avaliar as dificuldades de aprendizagem ou comportamento. Desta forma a preocupação pode-se transformar em ocupação.

Em relação ao TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade), devemos saber que é um transtorno neurobiológico que se caracteriza por um nível de impulsividade, atividade e atenção que não são adequados à idade e grau de desenvolvimento. O grau e a duração destas manifestações são o que nos leva a considerar se aquela criança terá TDAH. 

Embora atualmente o diagnóstico seja feito a partir dos 6 anos (momento em que o nível de exigência aumenta), antes dessa idade podem ser observados indicadores de risco. No entanto, sendo feito o diagnóstico de TDAH ou não, devemos dar atenção a estes indicadores para favorecer a auto-regulação e a melhoria das relações.

Para responder à pergunta sobre quais atividades e jogos ajudam as crianças com TDAH, devemos primeiro identificar quais são as suas necessidades e interesses. No geral, nas crianças com TDAH, durante a etapa do infantário predomina a hiperatividade e a impulsividade (correm sem parar, tocam e brincam com objetos, mudam de jogo constantemente e parece que não obedecem a nenhuma ordem) e durante a etapa da escola primária, persistem as dificuldades na obediência, a impulsividade, a hiperatividade, e o deixar as coisas a meio.  

Assim, tendo em consideração a diversidade de características e interesses de cada criança, as brincadeiras e atividades podem ser muito variadas. No entanto, os jogos que envolvem movimento são sempre uma aposta garantida. Devemos garantir que os jogos sejam rápidos, que as instruções sejam claras e concisas e que seja recompensado o progresso e não apenas o resultado, para aumentar a sua motivação. Nesse sentido, os jogos de equipa são uma opção muito boa, pois além de os ajudar a treinar o autocontrole, melhoram a sua socialização.

Por outro lado, qualquer sinal de interesse por atividades de arte e construção deve ser facilitado, pois favorecem a concentração, a criatividade e o autocontrole, além de muitas outras qualidades.

Por fim, as histórias e quaisquer atividades que facilitem o relaxamento e o trabalho emocional são muito positivas para o seu desenvolvimento saudável, assim como o planeamento, as rotinas e a ordem.

Concluindo, todas as crianças precisam de brincar, interagir com os seus colegas e sentirem-se valorizadas e amadas, tanto no seu potencial como nas suas dificuldades. Para os ajudar a desenvolver as suas habilidades, devemos garantir que o seu ambiente lhes oferece possíveis desafios dentro de um quadro de respeito, cooperação e convivência.

Elena Meca Luna

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